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27 de dez. de 2011

Como resolver um conflito?

Por: Carla Poletti


A capacidade de resolver conflitos é uma das habilidades fundamentais para se obter um ambiente de trabalho agradável, em que predominem o respeito e a cooperação.
Baseado na teoria de Marshall B. Rosenberg, criador da Comunicação Não-Violenta, existem alguns passos que podem ser dados para que seja atingido esse objetivo.
1- Buscar Empatia: Capacidade de se colocar no lugar do outro, sendo o outro. Repare bem, não é o que você faria neste lugar, mas sim o que o outro, dentro das possibilidades dele pode fazer.
Exemplo: Um colaborador atrasou meia hora para chegar a uma reunião importante.  Isto te gerou raiva. O que no seu padrão, faria com que você brigasse ou ficasse de cara feia.
Dica: Perceba os seus sentimentos e não reaja imediatamente. Antes de qualquer coisa, procure saber o que aconteceu. Sabendo disto, procure se colocar no lugar dele, que na maioria das vezes, também está desconfortável com a situação.
2- Relatar os fatos sem julgamentos: Olhe para o fato com a maior objetividade que conseguir. Este talvez seja o passo mais difícil, pois normalmente já avaliamos e julgamos o outro através dos nossos filtros de valores, o que alimenta o mal estar.
Neste caso, o fato é que houve um atraso de meia hora. O julgamento que costumamos fazer é de que o outro não está nem aí, é um irresponsável e etc. Normalmente reagimos a estes pensamentos.
Dica: Relate só o que houve.
Exemplo: Na reunião do dia tal, você atrasou meia hora. O que aconteceu com você?
3- Lidar com os sentimentos: Em algumas situações, poder expressar seus sentimentos pode dissolver o conflito, em outras, pode agravar. Às vezes, esperar um pouco para que você possa estar emocionalmente mais distante do fato, pode te ajudar
Dica: Quando já não estiver mais movido pela emoção. Abra espaço para conversar. Com isto, o outro também pode falar o que se passa com ele.
Exemplo: Busque saber, qual a dificuldade que a pessoa teve para cumprir o horário.
4- Perceber a necessidade ou o desejo que não foi atendido: Este é o momento em que você pode aproveitar para se conhecer melhor, saber qual a razão que levou este fato a te incomodar tanto.
Exemplo: Ás vezes, algo gera raiva porque abala a confiança. Ainda mais em um ambiente de trabalho, em que o sucesso de um, muitas vezes, depende do outro.
Dica: É importante aqui, você cuidar para não entrar no lugar de vítima ou de perseguidor, e sim perceber o que pegou em você.
5- Compromisso: Com a consciência do que faltou, busque algo prático que possa ser feito, ou seja, como esta necessidade ou desejo pode ser atendido. Neste caso, como você pode confiar neste colaborador, ou ainda, em que ele é confiável.
Às vezes, pedir para que o outro se comprometa a mudar pode ser um jeito, mas cuidado para que isto não vire outro conflito.
Dica: Perceba se o compromisso do outro é algo que você acredita que ele vá cumprir, ou se você já sabe, que é um compromisso feito só para se livrar do problema.
Exemplo: Se esta é uma pessoa que tem um padrão de atrasar, ela pode se comprometer a chegar no horário, mas vocês dois já sabem que não vai funcionar, e você só vai esperar ela atrasar de novo para brigar mais ainda.
Este é um jogo muito comum, em que a pessoa espera o outro falhar novamente para falar: “Agora Te peguei!” E, neste caso, reforçar a crença de que realmente as pessoas não são confiáveis.
Por isto, seja muito honesto com você, perceba se realmente este compromisso é algo que você acredita que o outro vá cumprir.
Senão, busque uma outra maneira de estabelecer esta confiança de que você necessita!
Lembre-se, toda a mudança exige determinação e prática. Por isto, procure experimentar estes passos com quem confia, perceba qual a sua maior dificuldade e como ela pode ser superada.
Acredito que esta é uma forma saudável de solucionar muitos dos conflitos do dia a dia.
Experimente!
Carla Poletti, psicóloga, foi integrante da equipe de Roberto Shinyashiki no Instituto Gente, é especialista e se desenvolveu nas principais escolas de terapia, tais como Terapia Corporal, Renascimento, Programação Neuro Lingüística e Formação Biográfica, processo desenvolvido pela Antroposofia. Atualmente, Carla atua em sua clínica O-Núcleo Psicologia.

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