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5 de jul. de 2012

O que a Internet está escondendo de você?

Por: Luana Morellato
Em:http://imasters.com.br/artigo/24724/seguranca/o-que-a-internet-esta-escondendo-de-voce


É indiscutível a necessidade que temos, devido à quantidade de informação disponível, de que o que chega até nós tenha certa relevância. Diferentes campos de estudo dentro da computação tratam exatamente disso, como é o caso da Recuperação de Informação. Existe um método chamado de “filtragem”, em que se removem conteúdos redundantes ou indesejados de um fluxo de informações através de métodos automatizados (ou semi) antes da apresentação para um usuário humano.

Seu objetivo principal é a gestão da sobrecarga de informações e o incremento da taxa sinal/ruído de resultado. Para isso, o perfil do usuário é comparado com algumas características de referência. Essas características podem ser provenientes do item de informação (a abordagem baseada em conteúdo) ou do ambiente social do usuário (a abordagem de filtragem colaborativa - quem utiliza fornece as informações).
Essa técnica é muito utilizada em sistemas de recomendação que tentam apresentar itens em que o usuário está interessado (cinema, televisão, música, livros, notícias, páginas web, e-commerce) e normalmente usam abordagens colaborativas.
Mas e quando tudo o que chega até nós foi filtrado? Tudo foi moldado pelo nosso perfil? Então o usuário pensa “ah, mas eu não permito que os mecanismos de buscas utilizem meus dados”. No caso de redes sociais, os seus dados já estão lá. No caso de buscas, como o Google, mesmo sem se fazer login, os conteúdos exibidos nos resultados podem ser baseados em até 57 fatores. Dentre eles, tem-se:
  • o navegador (e a versão dele) que o usuário está utilizando;
  • o modelo de computador;
  • o sistema operacional (e sua versão);
  • a resolução da tela de computador;
  • o idioma;
  • o tempo que precisamos para digitar uma consulta;
  • se foi usada a tecla enter ou o mouse para enviar uma solicitação de pesquisa etc.
Com o usuário logado, é possível obter outras informações como idade, sexo, frequência em que clicamos em publicidade, quantidade média de solicitações de pesquisa por dia, número de vezes em que usamos correção ortográfica e até quantas vezes procuramos por nós mesmos.
Eli Pariser, fundador do grupo de defesa de políticas públicas MoveOn.org, em uma palestra no TED, apresentou o assunto de seu livro (de mesmo nome) “The bubble filter”:
O que ele chama de bolha é o universo único e pessoal em que você vive online e explica que o que chega até você depende de quem você é e do que você faz. Mas existe um porém: não é possível decidir o que passa ou não pelo filtro e o que entra nessa bolha, e o mais importante, não é possível mapear o que fica do lado de fora.
Pariser compara essa abordagem ao que acontecia na época em que a Internet não existia, nós dependíamos diretamente da imprensa para obter informações, e ela tinha o poder de filtrá-las. A mudança veio com o surgimento da Internet, mas talvez a má utilização de algoritmos de filtragem pode estar impedindo que as informações cheguem até nós.
Não acredito em uma teoria da conspiração, mas vale a reflexão, afinal, quando perdemos a chance de interagir com pessoas/opiniões/informações diferentes, perdemos a oportunidade de crescer.



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