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9 de out. de 2012

Lean Manufacturing e Pesquisa Operacional

Por: João Flávio de Freitas Almeida
Em: http://www.widwor.com/2012/09/lean-manufacturing-e-pesquisa.html


A filosofia de gestão de manufatura enxuta (lean manufacturing) é baseada no sistema Toyota de Produção e focada na redução de desperdícios. A estratégia de adotar processos de manufatura puxados é uma forma de reduzir estoques ao longo da cadeia produtiva para atender o cliente final. Assim, são considerados desperdícios: superprodução, tempo de espera, transporte, excesso de processamento, estoques, movimentos e defeitos.

Superprodução é um desperdício, pois são gerados produtos sem demanda. Produtos consomem matéria-prima, espaço físico, demandam homem-hora, enfim, todos os recursos para a confecção de um produto com demanda. No entanto, não são vendidos e o dinheiro gasto na produção deste não é retornado de forma imediata.



Tempo de espera é desperdício, pois máquinas ou pessoas poderiam estar alocadas em atividades de produção, agregando valor a algum produto. Tempo de espera não agrega nada a produto algum.

Outro desperdício é o transporte. Embora não seja tão evidente, imagine quanto valor um produto ganha se for transportado para diversos lugares internamente na empresa ou mesmo externamente. Nada! Transporte é apenas custo logístico, portanto, deve ser minimizado.

Excesso de processamento é um desperdício que poucos se atentam, porque o senso comum, a história da divisão do trabalho com conseqüentes ganhos em função de escala nos levam a pensar que quanto mais processamento, menor será o custo do produto. Pode até ser, se isolarmos o sistema e olharmos apenas para a máquina, no entanto, excesso de processamento leva à superprodução, como já descrito acima.

Estoque é desperdício na medida em que amortecem as flutuações de demanda mais do que necessário. Uma análise de risco de não atendimento da demanda faz com que elevamos os estoques, no entanto, o bom entendimento do comportamento da demanda permite que os níveis de estoques sejam projetados ao menor valor de forma a garantir o fluxo produtivo. Estoques não agregam valor ao produto, portanto devem ser minimizados.
Seguindo a linha de raciocínio de que o que não agrega é desperdício, entendemos que excesso de movimentação de materiais e produtostambém é desperdício.
Os defeitos (talvez o mais claro de entender) são desperdícios, pois além de consumirem toda matéria-prima dos produtos, movimentações, etc., são totalmente descartados ou demandam retrabalho, o que também não agrega valor aos produtos.

É por isso que na filosofia de manufatura enxuta adota-se a Qualidade Total Imediata, ou seja, a busca do “zero” defeito no processo produtivo e conseqüentemente zero produtos acabados com defeito. Nessa filosofia, o funcionário tem total liberdade de parar o sistema produtivo assim que vir o defeito, evitando que este se propague em processos subsequentes.

Mas o que a Manufatura Enxuta tem a ver com Pesquisa Operacional? A Manufatura Enxuta é a filosofia de produção. A Pesquisa Operacional é a forma como a filosofia é quantificada para a busca do objetivo. Percebemos claramente que todos os métodos de redução de desperdícios podem ser traduzidos como “nosso objetivo é minimizar os custos” e conseqüentemente “maximizar os lucros”. Essas necessidades são absorvidas pelos modelos matemáticos que determinam de forma ótima a melhor estratégia de produção.

Dessa forma, a estratégia de estoque zero, por exemplo, pode ser questionada se o custo de estoque for muito baixo e o custo de parar uma linha de produção ou o custo de oportunidade de não atender o cliente por falta de produtos for estratégico. O uso de Pesquisa Operacional como ferramenta de apoio ao suporte à decisão na filosofia de Manufatura Enxuta é de caráter estratégico, e, portanto, estão muito interligados.

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